O governador João Azevêdo inaugurou, nesta sexta-feira (28),
a sede do Escritório Social, que funcionará na Rua Diogo Velho, 180, no Centro
de João Pessoa. O equipamento é resultado de uma parceria entre o Governo do
Estado, o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) e o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) e será destinado ao fomento de políticas públicas voltadas aos
egressos do sistema prisional. O chefe do Executivo ainda participou, na sede
do TJPB, da assinatura de convênios para a formação de uma cooperativa de
trabalho, que será formada por mulheres privadas de liberdade, e para
implantação do projeto Lab360, que consiste na instalação de laboratórios
informacionais em 65 unidades prisionais do Estado. As iniciativas resultam da
parceria com o Instituto Humanitas360.
Na ocasião, João Azevêdo destacou que a entrega do
Escritório Social e as celebrações dos convênios estão inseridas nas ações de
inclusão social promovidas pelo Governo da Paraíba. “Nós precisamos criar a
possibilidade de compartilhar a riqueza gerada no Estado com todas as pessoas,
e o poder público não pode considerar alguns segmentos da sociedade como
comunidades invisíveis e, por isso, queremos implantar o projeto Justiça Presente em todas as etapas, desde a audiência
de custódia até a reinserção na sociedade, oferecendo a chance da
reintegração”, sustentou.
O gestor também citou alguns projetos exitosos já
desenvolvidos nas unidades prisionais do Estado e que deverão ser ampliados até
o final do ano. “Nós estamos tendo experiências importantes, como a produção de
220 mil máscaras pelas reeducandas da Penitenciária Júlia Maranhão, temos
projetos inscritos em premiações nacionais, como o Hortas para a Liberdade, com
a produção de pimentas, e o Esperança Viva, que produz EPIs. Os números
envolvidos na educação e no trabalho de reeducandos têm crescido
sistematicamente, registrando um acréscimo de 60% de pessoas que participam do
processo de educação e de 41% na
participação de unidades produtoras, a exemplo da padaria, do Castelo de
Bonecas, da fábrica de gesso, da produção de artesanato, bolas e sandálias;
tudo isso faz com que a gente possa sonhar e estabelecer metas para este ano”,
acrescentou.
O secretário de Estado da Administração Penitenciária,
Sérgio Fonseca, afirmou que as iniciativas, resultado de importantes parcerias,
serão fundamentais para reduzir os índices de criminalidade e garantir o acesso
às políticas sociais. “Tudo isso foi muito bem planejado e a principal meta da
Administração Penitenciária é a reinserção social e a diminuição da reincidência
criminal. Para isso, o Governo do Estado vem realizando importantes ações, como
a Lei que criou o Escritório Social, assim como a Lei que trouxe para as
unidades prisionais a oportunidade de empresas se instalarem e gerar empregos
para os reeducandos, dando oportunidade para essas pessoas. Além disso, os
convênios com o Instituto Humanitas360 permitirão o patrocínio de laboratórios
de informática nas unidades prisionais, bem como a implantação da cooperativa
de trabalho na Penitenciária Feminina de Patos para que todas as reeducandas
participem dessa ação”, pontuou.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Humano, Tibério
Limeira, afirmou que a equipe responsável pela execução dos atendimentos que
serão prestados no Escritório Social já foi selecionada. “Esse é o primeiro
serviço nesse modelo inaugurado no Nordeste, o que representa um grande marco
para a Paraíba, que larga na frente na execução, de fato, na política para
egressos. Nesse espaço, eles vão receber o primeiro atendimento, assegurando
documentação, intermediando vagas de emprego, atendimento jurídico e
assistência psicológica, ou seja, um serviço extremamente completo que
complementa o trabalho realizado pela Gerência de Ressocialização, que vai
funcionar como uma unidade reguladora, encaminhando os reeducandos ou
reeducandas para o Escritório Social”, explicou.
A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana,
Lídia Moura, evidenciou que o Estado implanta mais uma política que levará
cidadania plena e qualidade de vida às pessoas. “Nós temos uma política que
recepciona as pessoas egressas do sistema prisional, o que é muito importante
porque vai qualificar a maneira como essas pessoas serão reinseridas na
sociedade. Então, o Escritório Social traz um ganho para todos e não apenas
para as pessoas que serão beneficiadas diretamente com esse projeto. Nós
participamos desse processo desde o início, somos entusiastas, colaboramos com
esse processo e estamos trabalhando para atender essa população porque temos
mulheres no cárcere e populações negra e LGBT”, falou.
O presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, Márcio
Murilo da Cunha Ramos, elogiou o Governo do Estado por consolidar mais uma
parceria com o Poder Judiciário. “Eu só tenho a parabenizar o governador pela
visão social e por mais um convênio, dentre tantos que já firmamos de proteção
à mulher, à infância e na área da execução criminal. Essa é uma missão
essencial, e o Governo do Estado está cumprindo o seu dever. O Escritório
Social é uma realidade em pouco tempo de gestão, e nós do Judiciário
agradecemos a cooperação com o Governo do Estado”, frisou.
O juiz auxiliar da presidência do CNJ e coordenador do
Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, Luiz
Lanfredi, enalteceu a parceria com o Governo da Paraíba para viabilizar um
equipamento importante no processo de ressocialização. “Esse é um equipamento
que consolida uma iniciativa muito importante do CNJ, que é a política nacional
para o egresso. A Paraíba é o primeiro Estado onde estivemos tratando sobre
esse investimento. Aqui, o egresso passa a ter uma referência para que ele e os
familiares possam encontrar o espaço adequado para serem recebidos e acolhidos
novamente pela sociedade e receber todos os encaminhamentos necessários com o
acesso às políticas públicas. Essa é uma das melhores estruturas físicas do
país, o que nos deixa muito orgulhosos, demonstrando que as conversas aqui
foram profícuas e exemplares”, disse.
A presidente do Instituto Humanitas360, Patrícia Vilela,
agradeceu o compromisso do poder público do Estado de assegurar a implantação
de políticas públicas voltadas para a transformação social. “Vamos trabalhar em
todo o estado e isso muito me alegra. O Humanitas360 tem a missão de
engajamento do cidadão na busca de uma política de paz e conciliação, amparados
pelo CNJ. Já temos um projeto-piloto acontecendo no Maranhão, trazendo a
tecnologia a serviço da justiça social. Eu quero, de mãos dadas com todos,
desenvolver um trabalho de desenvolvimento de habilidades profissionais e socioemocionais,
trazendo práticas inovadoras nas unidades prisionais, o que pode refletir na
redução da reincidência”, acrescentou.
Escritório Social – Resultado de um termo de cooperação
técnica, assinado em novembro do ano passado, entre o Governo do Estado, o CNJ
e o TJPB, o Escritório Social irá atuar junto a diversos setores com o objetivo de reinserir os egressos do
sistema prisional na sociedade e contará com uma equipe formada por assistentes
sociais, psicólogos, pedagogos e advogados.
Pioneiro no Nordeste, o Escritório Social irá oferecer
serviços de saúde, educação, previdência social, assistência jurídica,
atendimento psicossocial, regulamentação de documentação civil e encaminhamento
profissional. O equipamento entregue hoje será gerenciado pelas Secretarias
Estaduais de Administração Penitenciária e de Desenvolvimento Humano.
Cooperativa de trabalho - Será organizada uma unidade de
inserção produtiva na Penitenciária Feminina de Patos, possibilitando às
mulheres privadas de liberdade acesso ao trabalho, renda, qualificação
profissional e educação para o cooperativismo.
Lab360 - Prevê a doação de computadores e tablets para
viabilização de visitas virtuais durante o período de interrupção do contato
presencial, devido à pandemia, e posteriormente, oferecerá cursos
profissionalizantes através de plataformas de educação à distância. O Instituto
Humanitas360, parceiro do projeto, é uma organização da sociedade civil e CNJ,
que tem como objetivo assegurar às pessoas privadas de liberdade melhores condições
de desenvolvimento pessoal e social.
Novas ações - Ainda em 2020, o Governo do Estado, por meio
da Secretaria da Administração Penitenciária, pretende inaugurar a fábrica de
corte e costura na Penitenciária Geraldo Beltrão, em João Pessoa; uma unidade
de produção de saneantes, no PB1; uma fábrica de vassouras, na unidade penal de
Santa Rita; uma fábrica de artefatos de concreto no Serrotão, em Campina
Grande; um ateliê para fabricação de bonecas e bolsas na unidade penal de
Campina Grande; além de uma fábrica de sandálias e vestuários na unidade penal
feminina de Cajazeiras.